»  CONSELHO SUPERIOR DE FINANÇAS (1919-1930)
 
 

 

Na base da criação do Conselho Superior de Finanças, pelo Decreto nº. 5.525 de 8 de Maio de 1919, esteve a alegada ineficácia da fiscalização exercida pelo CSAFE, criado no âmbito da descentralização dos serviços públicos preconizada nos primeiros tempos da República, a que se apontaram, entre outras fa1has, "a supressão do visto prévio das ordens de pagamento, acabando a fiscalização preventiva, subsistindo apenas o exame dos documentos de despesa" (Decreto nº. 5.525 de 8 de Maio de 1919).

0 novo organismo deveria retomar a fiscalização preventiva e integrar nos seus quadros pessoa1 especializado: e assim que se estabelece que, para além dos Vogais nomeados pelo Senado, pela Câmara dos Deputados e os representantes do Comércio, Industria e Agricultura, deveria contar com jurisconsultos ou financeiros de reconhecido mérito.

Procurava-se assim - no que constituiu a grande novidade relativamente aos organismos antecedentes - conciliar os interesses políticos e económicos da Nação com a independência que se exigia a um organismo com estas características.

A autonomia do Conselho Superior de Finanças ficava claramente expressa como seria próprio da sua alta magistratura e como convinha a vida administrativa e financeira do país.

Amilcar da Silva 
Ramada Curto (1886 - 1961)

Presidente do Conselho Superior 
de Finanças em 1926. Deputado, 
Ministro das Finanças e do Trabalho.
Como jornalista dirigiu a «Pátria», 
órgão do Partido Republicano, 
a «Revolta» e o «Povo». 
Distinguiu-se como dramaturgo 
e romancista.

 


Em 1923 foram suprimidos provisoriamente os cargos de Presidente e o de um Vogal, no âmbito de uma política de austeridade das despesas publicas que se viria a reflectir na redução dos quadros de pessoal da administração publica.

Com a Revolução de 28 de Maio de 1926, tendo sido dissolvido o Parlamento e reconhecendo-se a falta de um Presidente de nomeação no Conselho Superior de Finanças, foi estabelecida, pelo Decreto nº. 11.962 de 26 de Julho, a sua composição provisória (um Presidente de nomeação vitalícia e seis Vogais efectivos).

Em 1930, o Conselho Superior de Finanças foi substituído pelo Tribunal de Contas.